Com o aumento da criminalidade em nosso
país, temos verificado um número crescente
de ocorrências envolvendo o emprego
de artefatos explosivos em ações criminosas,
quer sejam visando dar uma demonstração
de força, vingança, atos de terrorismo, arrombamentos
e sabotagem, quer seja simplesmente
por vandalismo.
Dentre as inúmeras atribuições inerentes
ao cargo de perito criminal federal, destaca-se
aquela relacionada à área de bombas e
explosivos, que inclui trabalhos preventivos de
varreduras de segurança em instalações prediais
e em veículos, visando detectar e eliminar
situações que coloquem em risco a segurança
de dignitários, autoridades públicas e da população
em geral; vistorias em locais sob ameaça
de bomba, na adoção de contramedidas, tais
como transporte, neutralização ou destruição
de artefatos explosivos e/ou incendiários; ou
ainda, no trabalho de investigação pós-explosão,
quando os peritos realizam um exaustivo e
criterioso trabalho em locais sob suspeita da
explosão de bombas, visando a elucidação do
atentado.
O exame, transporte, desativação ou destruição
de um objeto suspeito de tratar-se de
um artefato explosivo são operações altamente
técnicas e perigosas e que requerem constante
treinamento e atualização para o bom desempenho
de suas funções.
Quando nos depararmos com um dispositivo
explosivo improvisado, aparentemente simples
ou de pequenas dimensões, não devemos
subestimá-lo, pois alguns já vitimaram experientes
técnicos em bombas pelo mundo afora.
Assim, devemos nos preparar sempre para uma
possível explosão nesse tipo de trabalho.
Existe uma forte tentação, que é própria
do ser humano, de tocar, manusear, ou mesmo
de tentar neutralizar o artefato, desmontando-o.
Em caso de êxito, o perito se sentiria um
herói, mas caso contrário, seria computado
como mais uma vítima.
Nos nossos cursos
de formação ou de atualização
nessa complicada
área, alertamos no sentido
de que, em situações
envolvendo ameaça de
bomba, devemos seguir as seguintes orientações básicas:
z proceder a uma evacuação e isolamento da
área, estabelecendo um local onde todos
possam estar em segurança;
z efetuar busca minuciosa com o auxílio de
alguém que conheça o local;
z caso algo anormal seja encontrado, procurar
saber a quem pertence, em que circunstâncias
o objeto foi deixado no local etc;
z não tocar ou remover o material suspeito em
uma primeira aproximação e, muito menos,
manuseá-lo;
z abrir portas e janelas, com exame prévio,
para facilitar o escape das ondas de choque
no caso de uma explosão;
z utilizar sempre o menor número de pessoas
no trabalho de aproximação, remoção, transporte
ou desativação de um objeto suspeito;
z sempre que possível, utilizar técnicas remotas
como o uso de cordas e ganchos, aparelhos
de raios-X, canhão d'água disruptor etc,
evitando, assim, a técnica de entrada manual;
z permanecer o mínimo de tempo possível
junto ao objeto suspeito;
z após a aplicação de uma técnica ativa, visando
a desativação do possível artefato explosivo,
aguardar um período para então iniciar
uma nova aproximação.
Seguindo estes conceitos básicos, acreditamos
estar aptos para atender a ocorrências
desta natureza, lembrando que, quanto mais
realizarmos treinamentos e adquirirmos conhecimentos
nessa área, maior será a nossa segurança
e tranqüilidade para enfrentarmos situa-
ções reais futuras.
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